29/11/2016 HAL 2000

As Inspirações de O Espadachim de Carvão

A série de livros O Espadachim de Carvão narra muito mais do que a saga de Adapak, o semideus de pele negra e olhos brancos. Como disse Thiago Romariz, do site Omelete, Kurgala, o mundo que serve de palco pras aventuras de Adapak, é “um dos melhores universos mitológicos criados por um autor brasileiro” e o próprio cenário pode ser considerado um personagem tão vivo e poderoso quanto todos os outros dentro da trama. E hoje vamos falar de algumas das inspirações que pude identificar pelas páginas dos livros de Affonso Solano.

O autor já declarou algumas vezes que prefere a crueza e brutalidade do Conan do que o idealismo e a sofisticação de O Senhor dos Anéis. Como consequência, tanto o Espadachim de Carvão quanto o Cimério são aventureiros habilidosos, que exploram tanto técnicas de luta quanto estratégias e táticas perspicazes contra os desafios de mundos impiedosos. Não encontraremos muita elegância ou delicadeza em nenhum país da Era Hiboriana ou em Kurgala, cenários mais propícios a estradas infestadas de saqueadores e cidadelas entregues à própria sorte – e ao poder bélico rústico.

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Falando em mundos impiedosos, acredito que Solano também tenha lido bastante do cenário de campanha de D&D Dark Sun, onde os povos são castigados pela aridez do solo e pela escassez de recursos, condicionados à uma sociedade tão selvagem em sua estrutura quanto em seus métodos de caça e sobrevivência. A pedra lascada e ossos são matérias-primas exploradas com criatividade desesperada, enquanto metais e água são tão valiosos quanto joias. Os únicos equipamentos que Adapak sempre carrega são suas espadas gêmeas Igi e Sumi, feitas de osso de anbärr, não que ele tenha muitas opções, pois os muitos personagens d’O Espadachim de Carvão sempre carregam alguma ferramenta rústica e quase nunca usam qualquer metal como proteção ou arma.

Por fim, farei uma comparação um tanto ousada. Kurgala é o lar de incontáveis espécies humanoides – e algumas não tão humanoides – criadas por deuses que abandonaram o mundo há muito tempo, um contexto um tanto similar à Cidadela do jogo de ficção científica Mass Effect. A Cidadela é uma base espacial de origem misteriosa, que serve como um lar pra todas as raças alienígenas que cooperam entre si. Há muitas teorias de que os deuses de Kurgala sejam, na verdade, alienígenas ancestrais que usaram o mundo como um laboratório e que suas raças exóticas sejam seus experimentos, tal qual existe a teoria de que a raça ancestral que construiu a Cidadela em Mass Effect seja o elo perdido que originou todos os povos do presente. Se O Espadachim de Carvão é uma obra de fantasia heroica ou ficção científica, é um debate muito longo e pra outro dia, mas me parece certo que Affonso Solano experimentou os mais diversos ingredientes em sua mistura.

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E essa é a graça de criar um Universo ficcional. A inspiração, a ousadia e o experimento, que levam a lugares inéditos e batalhas dramáticas. Ainda faltam muitos reinos a serem descobertos em Kurgala e muitos mistérios a serem desenterrados nos cantos mais inóspitos, onde os deuses cometeram o erro de crer que nenhum aventureiro teria a audácia de explorar.

PS: Artigo escrito ao som da trilha sonora do jogo Dark Sun: Wake of the Ravager.

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